História da Musica em Vigia

15-06-2011 01:09

                                                                  O surgimento da música na cidade de Vigia

 

*Marinildo Pereira da Silva

 

O texto tem por objetivo apresentar a cultura musical de Vigia relacionada ao ensino de música. Quais as significativas no processo ensino-aprendizagem de música para as crianças nesse município? A História das Bandas de Música?Temos princípios, olhares, sensações e percepções específicas para esse contexto educacional? Como as bandas de Música se mantiveram ao longo dos tempos? De que maneira são desenvolvidas? Essas perguntas, que estiveram presentes em meu pensamento durante alguns anos em que me dediquei ao ensino de música em uma escola de atendimento às crianças na banda de música, norteiam a tentativa de apresentar algumas ideias relacionadas à prática pedagógica com crianças com educação musical em especiais as bandas de música que mantêm esse trabalho e as possíveis questões sobre diferenças, igualdades, possibilidades, facilidades e dificuldades inerentes às esse ambiente educacional musical.

A cultura musical vigiense é um legado marcante das ordens religiosas no século XVII e XVIII. Com a celebração da adesão do Pará à independência foram feitas várias solenidade na Vigia e houve músicas nas ruas da cidade; que se dava o nome para essa manifestação de (Tem Deum- festas populares), mas nesse período não há registro de existência de bandas de música.  As bandas de música só aparecem nos registro em 14 de março de 1836, pelo comandante militar da Vigia e Distritos na época da Cabanagem com uma tropa de 766 homens, sendo que no batalhão de infantaria havia uma banda de música composta por dez músicos e um regente, depois dessa data aparece duas bandas civis, a 07 de setembro e sebo de Holanda, essa com uma curiosidade formação de meninos brancos, ambas se acabaram com o tempo e não havendo outros registros, em 1876 , monsenhor Mâncio Caetano Ribeiro tomou a iniciativa de reunir os músicos remanescentes das duas bandas extintas e formou a banda 31 de agosto nome sugerido pelo Dr. Francisco de Moura Palha em homenagem à data da adesão da Vigia à independência do Brasil e em 31 de agosto de 1881 foi inaugurada oficialmente pelo professor Francisco de Moura Palha, a banda 31 de Agosto teve a sua primeira rival a banda 25 de novembro, fundada em 1883, logo, desaparecido ficando nenhum registro em Vigia. No decorrer de sua história de suas bandas existiram cinco bandas: duas na cidade e três nos seus distritos, até o ano de 1961 o município de colares se desmembrou do município de Vigia e com isso as bandas foram divididas três em Vigia e duas para o Município de Colares.

Segundo em nossa pesquisa bibliográfica, até 1961 o município de Colares era distrito de Vigia. Tornando-se autônomo em 20 de dezembro do mesmo ano, a sua história, como a história de suas bandas de música, não deixa de se ligar ao movimento musical da Vigia. Colares, não obstante a escassa população, com pouco mais de mil habitantes em sua sede municipal sempre contou com duas bandas de música, tal como o distrito de Porto Salvo havia outrora duas bandas rivais a “7 de setembro” e a “Arcádia”. “Ambas desapareceram dando lugar a uma terceira banda a 25 de Dezembro” fundado em 1968. “ Ao ser desmembrado da Vigia, Colares também absorveu o distrito de Mocajatuba e assim mantêm hoje duas tradicionais bandas de música: a “Lira Nova”, de Mocajatuba, fundada em 15 de novembro de 1922 e a banda” Prof. Luís Gama” na sede municipal, fundada em 30 de junho de1948.

Segundo Ildone, José (1991) pag.38.muito antes, entretanto no Compêndio de Eras, de Monteiros Baena, ocorre uma referência ao compromisso  dos padres mercenários da Vigia, quanto à instrução da juventude. “ Os padres ainda não tinham iniciado as prometidas aulas de ‘‘ler, escrever e contar”, e mais, de “ Lingua Latina, Filosofia, Teologia e Solfa[1].

 

“A música, portanto, fazia parte do programa educacional a ser implantado na Vila da Vigia”.A ocorrência prende-se a uma reclamação da Câmara ao Governador José de Menezes, entre os anos de 1780 e 1783”.

“Segundo informações de Vicente Salles dá ao nosso município, a primazia, entre todas as comunidades paraenses, em matéria de banda de música”. ( segundo José Ildone , 1991 p.38).

 

A cidade da Vigia tem uma tradição musical riquíssima desde as ordens religiosas no século XVII e XVIII até a atualidade o que mostra uma grande plenitude musical, já passou por turbulências nas bandas de música, na qual muitas das vezes essas bandas tinham que ir buscar músicos emprestados de outras bandas para poderem se apresentar, já teve o auge das festas carnavalescas nos salões das sociedades vigienses, uma bandinha na sede do Luzeiro a bandinha carnavalesca do Mestre Zota, que pertencia ao Clube Musical União Vigiense, e a bandinha do Mestre Simi, que pertencia à banda do Clube Musical 31 de Agosto.

Os tempos foram passando a tecnologia avançou a música na cidade da Vigia de Nazaré evoluindo conforme os tempos, as festas carnavalesca de salão, foram acabando e deixando o espaço para o carnaval de rua: das micaretas aos trios elétricos, más as bandinhas procurando seu espaço, continuando a tocar as marchinhas e os frevos de rua. Porém em 31 de janeiro de 2008, Os integrantes do Clube Musical União Vigiense formaram o Bloco os Sobreviventes do Frevo, com o intuito de manter a tradição do carnaval, com as bandinhas de música. 

 

 

Histórias das Bandas de Música

 

As primeiras bandas de música surgiram no Rio de Janeiro no Século XVIII e eram formadas por barbeiros na maioria eram escravos e as músicas tocadas nesse período eram: Fandangos, dobrados e quadrilhas em festas religiosas e profanas.

Em 1831, foram criadas as bandas de música da guarda nacional e 1896 foi criada uma das mais antiga e famosa banda de música do país a banda de música do Corpo de Bombeiro do Rio de Janeiro, fundada por Anacleto de Medeiros.

Já no Século XX as bandas de música foram consideradas umas das grandes manifestações Culturais do país, pois nesse período as bandas de música se apresentavam em coretos, sendo que era o orgulho da cidade interiorana, nessas pequenas bandas formaram vários músicos profissionais e amadores, eruditos e populares, como podemos citar alguns deles: Patápio Silva, Anacleto de Medeiros Fundador da Banda do Corpo de Bombeiros do estado de Rio de Janeiro e Altamiro Carrilho, entre outros,nas bandas de música formaram muitos gêneros musicais e vários repertórios como: Chorinhos, marchas e dobrados.

Com o desenvolvimento da cultura de massa as bandas de música sofreram um sério risco de extinção e em 1976 a Funarte criou um projeto com o objetivo de realizar uma política de estado que possibilitasse o apoio dos trabalhos dessas bandas de música. 

Na cidade de Vigia de Nazaré, as bandas de música na segunda década do século XX, as bandas passava nas tardes da quinzena Nazarena e se instalava nos coretos, o Clube Musical União Vigiense e a Banda de Música 31 de Agosto tocavam no coreto uma embaixo e a outra em cima, se alternando com brilhantes repertórios, na qual o Clube musical tocava as composições de Serafim dos Anjos Raiol Filho e dentre outros compositores.

“Era uma vez na Vigia de Nazaré... Havia no arraial da Igreja Madre de Deus uma construção em alvenaria, dois pavimentos, formato de prisma, cônico no ápice, com escadaria lateral para acesso ao segundo pavimento”. “Aqui, no Coreto do Arraial, ficarão impressas para os presentes e legados à posteridade os fatos relevantes às coisas sagradas da Vigia de Nazaré.” (Segundo Emanuel Ataíde, 2008. P,10)

 



[1] Solfa é o estudo da música escrita e da arte de cantar as notas no pentagrama.